Sensações

No imprevisto de um destino caminhante

Sou gota de orvalho deambulante

Em ruelas de mistério envolvente

Deleito-me no dorso de um livro envelhecido

Calcorreando páginas de sonho,

Pétalas de rosa no leito do meu sentir

E tu, afeição perturbadora da razão

Sussurros de versos que dançam

Serpenteando reluzentes no céu dos sentidos

Não quero planos, nem linhas tranquilas

Apenas seguir de olhos vendados

Rumo ao vale verdejante

Das palavras esperançadas

De corpo fundido na tranquilidade da paixão

Tão-somente sensações

Impregnada de mim

Nua de alma, vestida de desejos


Nefertiti

Ser... apenas ser!

No meu peito

A vontade de residir

No teu desejo

De sobrevoar o meu corpo

Em ânsias de azul

Ser teu dia e tua noite

Ser, apenas ser

À espera que tu,

Num momento fugaz,

Atravesses o portal

E me sussurres

Que o ontem se entrelaça

Com o amanhã

Em bebedeiras de vento

Ser, ter, querer

Eu, baú do tempo

Tu, tesouro do destino

Desejo-te desfalecido

Nas entranhas do beijo

… do nosso beijo …!


Nefertiti

Segredos de Prazer

Deitados na areia fina

Dedos entrelaçados

Mão que prende a minha

Corpos nus em sintonia

De desejo, sensibilidade,

Pensamento e vontade

Bocas que se aproximam

Numa promessa sem fim

Pálpebras que se baixam

Para ouvirmos apenas as nossas respirações

Breves sussurros desfilam fantasias

Que nos invadem o pensamento

Fazemos amor com as palavras

Cada gesto, cada beijo, cada toque

Bailam na ponta dos dedos

Contando segredos de prazer

As bocas quase se tocam

Sem no entanto o fazerem

Até que os olhos se abrem

Deslizantes pelos corpos excitados

Num inicio de dança lenta

Até às profundezas

Da loucura e da emoção

Ritmo de tango

E corpos em ascensão …

Finalmente o beijo,

Eternidade da paixão …!

Nefertiti