26/10/2008

Perfume de Mulher

Fotografia: Alexandre Serra/olhares.com

Velas espalhadas pelo chão,
Aqui e além …
Um som suave daquela música
Que eu sei que te faz vibrar
Apenas a luz que dança
Lançando reflexos nas almofadas
Espalhadas pelo meu sótão do prazer
Espaço lúdico onde te espero
Na mais perfeita fantasia de amor
Danço, no meio da roda feita pelas velas
Que iluminam o meu corpo ainda vestido
Como uma segunda pele a delinear o corpo
Aquele vestido preto
Que tu sempre dizes deixar-te aturdido
No cabelo apenas um gancho, único acessório que uso
Equilibro-me nos sapatos de salto alto
Enquanto danço ao som da música
Que faz lembrar terras do oriente
Deslizo as alsas do vestido até ao cotovelo
Rodo o corpo e fico de costas para ti
A música continua a soar entre estas quatro paredes,
O cheiro a incenso no ar é cada vez mais intenso
E agora nota-se um cheiro a rosas.
As que me trouxeste porque sabes o quanto gosto delas.
Vermelho escuro, cor da paixão
Levas as mãos às minhas ancas
E começas a fazer descer o vestido por elas
Juntos numa dança de sentidos
Exploras a geografia do meu corpo
Reconheces todos os caminhos
Aspirando o meu perfume de mulher
E como me sinto mulher !

Nefertiti
***
 

15/10/2008

Noites de Outono

Fotografia: DD Arte/Olhares.com




Folhas caídas ao luar
Vestiam a noite de gala
Numa serenidade total
Nas tuas mãos sentia,
Promissora melodia
Que tu docemente esboçavas
Na partitura de cetim,
Vestido que arrancaras de mim,
No meu corpo as cores douradas
Da terra engalanada
Para a festa do amor
Até as estrelas bailavam
Na sua grande harmonia
De bailado ritmado
Sempre, sabiamente acompanhado
Pela eterna feiticeira
Fiel companheira
Cúmplice dos amantes
A lua, altiva e imponente
Via as almas que se elevavam
Num êxtase de paixão
Nas noites outonais
Guardadas no coração

Nefertiti

06/10/2008

Toques de Paixão

Fotografia: José Lopes/Olhares.com


Toques delicados nos meus cabelos
Como se os separassem um por um
Delineando-os e tecendo carícias imparáveis.
Toques de dedos que resvalam
Pela pele ansiosa por aquele toque que queima
Que pertencem a mãos que se deleitam
No meu corpo apenas vestido pelo
Mais fino tecido de paixão
A cariam-me num tormento
Calcorreando cada milímetro da pele que se derrete ao toque
Mãos que persistem na exploração do meu corpo
Fazendo-me suspirar incontrolavelmente
Percorrem-me o corpo e tocam-me a alma
Levando-a para outra dimensão onde o tempo deixou de existir
Até que ficam em sossego
E a alma desce lentamente
Penetrando o corpo em repouso de prazer.
Nefertiti
***