20/04/2012

Esse teu jeito de chegar

Foto: http://www.photodom.com/


Aproximas-te devagar…
- sempre adorei esse teu jeito de chegar –
abraças-me, respiras a minha pele…
inebrias-me com o teu aroma sensual,
despertas com beijos o meu corpo de mulher.
Quase desnuda, esperava-te assim…
na penumbra da noite, coberta com o lençol,
em confidências com as estrelas,
que só elas sabem dos (i)limites da nossa paixão.

Percorro-te o corpo com as minhas mãos…
e as tuas, numa fusão de sabores, fazem-se língua
deslizando em direcção à corrente de águas mornas,
que de mim escorrem, sem ainda te saciares...
Soam gemidos de pássaros, livres, 
que esvoaçam pelo universo das nossas sensações.
Selvagens… em movimentos ascendentes aos céus,
são eles a simbologia do nosso querer,
simbiose perfeita de corpos e almas… estar e ser!

Penetras em mim… a madrugada
que, em gotas de orvalho desfeita, te dou a beber,
qual mel dos deuses em flamas.
E, na ansia dos nossos corpos em chamas, desfalecemos,
para logo voltarmos a reacender!
Que o fogo em nós não se apaga…
somos sempre únicos em cada madrugada.
Percorremos os universos do prazer,
e permanecemos…

                                   … um no outro…!

11/04/2012

Despedida de Um Verão


Plataforma flutuante… ou pedaço de chão…
não sei, não importa…! Era o universo mágico
que ambos construímos para o amor.
Nosso, tão nosso… partilhado, apenas,
com as andorinhas que naquele tempo já partiam
para destinos mais a sul. Tal como nós!
Não, nós não íamos para destinos a sul,
mas também partíamos!... Partíamos de um verão
que nos tinha ensinado a amar…!

Nos teus olhos o desejo. E nos meus… ah, nos meus,
as águas do verde lago que eram os teus.
Águas onde, nua, mergulhava sem pudor,
e as tuas mãos me tocavam, numa sinfonia de tons,
nota por nota, as melodias da minha pele,
que assim compúnhamos canções de amor.
Ou numa dança de sentidos, penetravas dentro de mim,
até ao mais ínfimo do meu ser. Momentos…
em que, devotamente, me fazias mulher!

E eu, desnuda de corpo, mas principalmente de alma,
entregava-me inteira ao teu prazer, ou meu…
na verdade era prazer dos dois. Porque sim,
porque assim o consentimos em dádivas e entregas mútuas.
Até que o fim de tarde dava lugar à noite
e com ela os raios pendentes da lua cheia,
com que amarrávamos o nosso sentir, finos raios de luar.
Porque o verão partia, à procura de outro amor,
mas o nosso continuaria, livre, pelas quatro estações!