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A chuva prometia não despegar da noite, e a única
alternativa era esperar que o dia despertasse. Aqueles caminhos, à noite, só
eram reconhecíveis pelo tacto. E ainda assim, era preciso já os ter percorrido
uma meia dúzia de vezes, pelo menos. Havia lenha na cabana. Menos mal, assim
sempre nos aquecíamos. Ainda bem que não consegui largar este maldito vício,
ironizou referindo-se ao isqueiro que usou para acender o lume. Engano. Só a
visão daquele corpo, na penumbra, completamente colado à roupa molhad, acendia um fogo inteiro. E os olhos que irradiavam faíscas contra a transparência do
meu vestido colado à pele, ateou fogachos… à solta, nas mãos, nas bocas, nos
corpos, que se fundiram num só. Pela noite dentro, até que o dia despertou… e
parou de chover.
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