Plataforma flutuante… ou pedaço de chão…
não sei, não importa…! Era o universo mágico
que ambos construímos para o amor.
Nosso, tão nosso… partilhado, apenas,
com as andorinhas que naquele tempo já partiam
para destinos mais a sul. Tal como nós!
Não, nós não íamos para destinos a sul,
mas também partíamos!... Partíamos de um verão
que nos tinha ensinado a amar…!
Nos teus olhos o desejo. E nos meus… ah, nos meus,
as águas do verde lago que eram os teus.
Águas onde, nua, mergulhava sem pudor,
e as tuas mãos me tocavam, numa sinfonia de tons,
nota por nota, as melodias da minha pele,
que assim compúnhamos canções de amor.
Ou numa dança de sentidos, penetravas dentro de mim,
até ao mais ínfimo do meu ser. Momentos…
em que, devotamente, me fazias mulher!
E eu, desnuda de corpo, mas principalmente de alma,
entregava-me inteira ao teu prazer, ou meu…
na verdade era prazer dos dois. Porque sim,
porque assim o consentimos em dádivas e entregas mútuas.
Até que o fim de tarde dava lugar à noite
e com ela os raios pendentes da lua cheia,
com que amarrávamos o nosso sentir, finos raios de luar.
Porque o verão partia, à procura de outro amor,
mas o nosso continuaria, livre, pelas quatro estações!
Foto: http://www.photodom.com/
1 comentário:
"Partíamos de um verão
que nos tinha ensinado a amar…!"
Lindo, assim como o amor é, quando é vivido com a paixão e entrega que transmites no teu poema!...
Beijinho
Dina
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